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Setor lança Cartilha de Integridade para empresas

Na programação do Seminário Internacional de Resíduos Sólidos ocorreu um painel especial para o lançamento da Cartilha de Integridade no Setor de Resíduos Sólidos – Casos Práticos, cujo principal objetivo é apresentar às empresas do segmento exemplos de boas práticas preventivas e responsivas em casos de exposição a situações de corrupção.

O lançamento da Cartilha é uma etapa que visa aumentar o número de adesões ao Pacto Setorial de Integridade, ora em construção pela Rede Brasil do Pacto Global da ONU e pelo Instituto Ethos, com a contribuição das entidades setoriais SELURB, ABETRE, ABLP e ABRAGER, e empresas já signatárias.

A cartilha é uma ferramenta educativa para orientar condutas e informar treinamentos aos colaboradores das empresas do setor e seus stakeholders. O conteúdo do material foi concebido para contribuir com o combate à corrupção, promovendo um novo padrão de governança para todas as empresas atuantes nesse mercado e a melhoria do ambiente de negócios e das relações público-privadas.

“Desde 2013, com o advento da lei anticorrupção, as empresas passaram a investir fortemente em ferramentas de compliance. Agora, o nosso setor está se qualificando eticamente para elevar o seu padrão de governança e o nível das relações institucionais com o Poder Público, objetivando a construção de um ambiente regulatório e concorrencial seguro e estável para todos”, disse o presidente do SELURB, Marcio Matheus.

Para o consultor Marcos Rossa, o lançamento da Cartilha é apenas o início de todo o plano englobado pelo Pacto Setorial. Ele valoriza a iniciativa do setor em aprimorar suas políticas. “Todos os setores que elaboraram um pacto semelhante anteriormente tiveram algum fato impulsionador, como os escândalos da máfia das próteses e da Operação Lava-Jato. No caso do Setor não foi necessário um fato negativo para que todos percebessem a importância do pacto com a integridade”.

Já de acordo com Caio Magri, do Instituto Ethos, o que está se vendo no Brasil é uma refundação das relações entre os setores público e privado. “Estamos dando um passo pequeno, mas fundamental para o fim da corrupção no país”, comentou.

O membro do Comitê de Sanções e Medidas Disciplinares da Petrobrás, Marcelo Zenkner, alertou que as organizações são compostas por três tipos de agente. Os primeiros são chamados de bad guys, que se pautam pelas más condutas em suas atividades ou se corrompem. Os segundos são os ‘honestos’, que agem corretamente por medo da punição. O terceiro grupo são os ‘íntegros’, que fazem o certo por convicção independentemente de supervisão. “O pacto de integridade consiste no compromisso de todos com o que é certo, independentemente das circunstâncias que nos cercam”.

A percepção é compartilhada pelo auditor da Controladoria-Geral da União – Seccional SP, Márcio Sobral. Para ele, as medidas de contenção da corrupção devem considerar ações que envolvam o setor público e o setor privado, prevendo também medidas de incentivos para quem cumpre sua obrigação de maneira correta. “Combater a corrupção é um caminho sem volta”.